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07 outubro 2014

A mudança proposta por Aécio do PSDB é à volta ao arrocho salarial, ao desemprego e aos tempos de FHC.

Postado Por: Átila Siqueira.  |  Em: ,



         Agora, com a vigência do segundo turno das eleições presidenciais de 2014, em que duas candidaturas apenas sobraram, a de Dilma Rousseff do PT e a de Aécio Neves, do PSDB, é necessário pontuar a diferença entre esses dois candidatos, seus currículos e seus programas de governo, assim como os objetivos de cada um dos partidos políticos a qual eles se filiam.
         Um dos grandes temas dessa campanha, usado por todos os candidatos, é a ideia de mudança. Cada um dos concorrentes ao pleito presidencial no primeiro turno se colocou como o portador de um projeto de mudança para o país. O discurso de Dilma Rousseff e de Aécio Neves não são diferentes nisso, pois ambos se dizem como a mudança. Porém, podemos mensurar e comparar qual mudança cada um desses candidatos está propondo?
         A mudança que queremos é qualquer uma? Qualquer mudança serve?
         Dilma Rousseff nos propõe continuar as mudanças já começadas no governo Lula, ampliando a geração de empregos, o combate às desigualdades sociais, a distribuição de renda, o acesso à educação e a saúde pública. Obviamente o que ela está propondo é continuar uma mudança que já começou a mais de uma década no Brasil e que coleciona opositores e descontentes. No entanto, mesmo com erros e pedras no caminho esse foi um projeto bem sucedido. Os resultados das últimas Pnads, dos últimos sensos e de constatações feitas pelo Onu colocam o Brasil em uma excelente situação de melhora de condições de vida em praticamente todos os quesitos. E nem às vezes precisamos de números para ver isso. Alguém ai conhece alguém que está pior de vida hoje do que estava em 2002? Pobre hoje tem carro, faculdade, emprego, casa própria e a geladeira cheia sempre. No geral é isso o que vemos.
         Aécio Neves, por outro lado, nos propõe uma mudança que na verdade é voltar ao que éramos antes, uma volta aos tempos de FHC. Ele e seu economista chefe, Armínio Fraga, não cansam de falar que o salário mínimo está crescendo demais, que os juros estão muito baixos. Quando percebemos ainda que Aécio pertence ao partido de FHC, o presidente que teve índices terríveis de desemprego e arrocho salarial, tendo exatamente Armínio Fraga como seu principal economista, percebemos muito claramente que o projeto de mudança de Aécio Neves tem a ver com mudar para o antigo projeto do PSDB dos três pilares econômicos, do desemprego e do arrocho salarial, em que não havia crédito para que os mais pobres pudessem consumir.
         Aécio se diz capaz de conter a inflação, mas podemos perceber claramente que essa inflação alta é algo questionável, como já questionamos aqui em outro artigo. Ele se diz capaz de fazer o país voltar a crescer, muito embora já estejamos crescendo mais que a maioria dos países do mundo, ao passo que ele não foi capaz de fazer Minas Gerais crescer, endividou o Estado e fez Minas cair da posição histórica de 3º Estado mais atrativo para investimentos para a 6ª colocação.
         Ele fala sobre corrupção, mas como já discutimos em outro artigo, falar sobre denúncias dos outros e não falar das suas próprias não adianta nada. Nesse quesito a Dilma e o PT são muito mais claros e objetivos, defendendo sempre a investigação, em detrimento a Aécio e o PSDB, que sempre defendem arquivamentos dos casos em que são acusados.
         Queremos mudanças no Brasil? Quais mudanças nós queremos? Será que o projeto político de Aécio Neves e do PSDB representam as mudanças que queremos?
         Voltar ao arrocho salarial, ao desemprego, as privatizações, ao apagão elétrico, aos tempos em que as universidades eram apenas para os mais ricos é a mudança que queremos?
         Cada um pense o que quiser, mas Aécio foi governador em Minas Gerais, Estado onde eu moro, e não vi fazer nada de bom aqui.




 Átila Siqueira é Historiador, Bacharel em História pela PUC-MG e Mestrando em História, pelo programa de pós-graduação em História da UFMG, na linha de História e Culturas Políticas.

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